Infecções de “shunt” ventriculoperitoneal em crianças com hidrocefalia, assistidas em serviço de neurocirurgia pediátrica da Amazônia Brasileira
International Journal of Development Research
Infecções de “shunt” ventriculoperitoneal em crianças com hidrocefalia, assistidas em serviço de neurocirurgia pediátrica da Amazônia Brasileira
Received 17th May, 2021; Received in revised form 28th June, 2021; Accepted 29th July, 2021; Published online 30th August, 2021
Copyright © 2021, Adriana Maria B. de Sousa et al. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Hidrocefalia apresenta incidência e morbimortalidade elevadas na infância, com intervenções neurocirúrgicas e internações hospitalares frequentes. No estado do Pará - Brasil, é desconhecida a incidência de complicações relacionadas à derivação ventrículo-peritoneal. Visou-se a analisar a incidência de infecção pós “shunt” em crianças hidrocefálicas, num período de seis anos, em serviço de neurocirurgia pediátrica do estado. Consistiu em uma coorte retrospectiva de 132 pacientes hidrocefálicos, dos quais 79 foram submetidas à DVP, utilizando dados obtidos de prontuários. A incidência média de complicação infecciosa pós DVP foi de 34,21%, sendo bactérias Gram-negativas as principais responsáveis (54,54%). Germes multirresistentes foram isolados nas culturas de LCR em 40,91% dos casos. LCR prévio à DVP com perfil infeccioso e presença de infecções fora do SNC durante a internação foram os fatores de risco associados a maior incidência de infecção. O tratamento consistiu na associação de antibiótico com a retirada da DVP em 97,44% dos casos, com taxa de mortalidade de 9%. Conclusão: A incidência de infecção pós DVP nesta série foi superior à literatura, demonstrando falhas no processo assistencial e necessidade de ajustes no protocolo cirúrgico institucional. É necessário viabilizar diagnóstico e tratamento precoces da hidrocefalia na região, agilizar o acesso ao serviço de referência para resolução das complicações pós DVP, buscando melhor qualidade de vida das crianças.