Da internalização dos diplomas emitidos por instituições de ensino estrangeiras no ambito da república federativa do Brasil: Da inadmissibilidade até a eficácia plena
International Journal of Development Research
Da internalização dos diplomas emitidos por instituições de ensino estrangeiras no ambito da república federativa do Brasil: Da inadmissibilidade até a eficácia plena
Received 16th June 2020; Received in revised form 28th July 2020; Accepted 04th August 2020; Published online 30th September 2020
Copyright © 2020, Domingos Antônio Clemente Maria Silvio Morano et al. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
A integração regional é o fenômeno de estreitamento das relações internacionais por meio dos esforços dos governos em promover o desenvolvimento aplicando políticas públicas conjuntas que aumentem o poder de negociação dos blocos em concorrência entre si. Este processo tem proporcionado o surgimento de crises jurídicas e sociais interestatais que demandam novas formas de solução de conflitos até então não cogitadas. Por essa razão, a integração regional não ocorre de maneira continuamente harmoniosa, ensejando pontos-de-estrangulamento que, embora pareçam inviabilizar o fortalecimento dos laços comunitários, pelo contrario, funcionam como mecanismos de aparamento de arestas, diminuindo as diferenças intrínsecas e otimizando a uniformidade entre os países. A integração em matéria de educação encontra-se em um desses pontos-de-estrangulamento em relação à internalização dos diplomas expedidos por instituições de ensino estrangeiras no âmbito da República Federativa do Brasil. Tecnicamente, a integração deveria diminuir os embaraços para o livre trânsito de professores e pesquisadores no Mercosul, bem como os diplomas expedidos por qualquer instituição de ensino dentro do bloco deveriam ter a mesma força vinculante em todos os países. A contrario sensu, não é o que se verifica no Brasil. Os estudantes que obtêm diplomas de graduação e/ou pós-graduação nos demais membros do bloco, têm enfrentado os mais diversos entraves burocráticos para a internalização de seus diplomas. O presente trabalho tenta fazer o inventário histórico dos obstáculos impostos aos estudantes titulados nos países do Mercosul para obter o status jurídico assegurado por seus diplomas dentro do Brasil, bem como discutir o novo procedimento introduzido por meio da resolução n.º 003/2016 do Conselho Nacional de Educação e a tão almejada eficácia plena para os países integrantes do bloco.