Cuidar na terminalidade: o viver cotidiano do cuidador familiar

O cuidador familiar consiste em uma pessoa, no meio familiar, que assume determinados papéis, entre eles o de cuidador, trazendo para si a incumbência de assumir as tarefas do ente querido que, diante da morbidade, não consegue realizar as atividades diárias. Dessa forma, objetivou-se com este estudo entender o viver cotidiano do cuidador familiar de pessoas em processo de terminalidade no ambiente doméstico. O estudo é do tipo descritivo com uma abordagem qualitativa, realizado com 18 cuidadores familiares cujos pacientes são acompanhados pelo Serviço de Atenção Domiciliar (SAD). A partir das análises foi possível compreender a dimensão do cuidar desde o momento do diagnóstico ao cotidiano da dedicação ao outro nessa nova fase experienciada pelo ente querido, bem como identificar nos depoimentos as vivências subjetivas expressadas frente ao cenário do acolhimento do parente enfermo, cujos cuidados são dispensados no seio domiciliar. Constatou-se que o momento do diagnóstico de uma doença sem possibilidades terapêuticas de cura leva o cuidador a vivenciar as fases de enfrentamento como a negação e a raiva diante do diagnóstico em seu seio familiar e, evidenciou-se os impactos físicos, psicológicos e sociais na vida do familiar que assume o papel de cuidador.