Caracterização do extrativismo da castanha-do-brasil em igapó-açú amazonas: práticas produtivas e conhecimentos tradicionais
International Journal of Development Research
Caracterização do extrativismo da castanha-do-brasil em igapó-açú amazonas: práticas produtivas e conhecimentos tradicionais
Received 27th June, 2022; Received in revised form 08th July, 2022; Accepted 19th July, 2022; Published online 27th August, 2022
Copyright © 2022, Mônica Suani Barbosa da Costa et al . This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
A Castanha-do-Brasil é um dos principais produtos do extrativismo amazônico, sendo conhecida a nacional e internacionalmente como alimento energético e fonte de selênio, que promove diversos benefícios a saúde humana devido as suas propriedades antioxidantes, e retardando as ações dos radicais livres prevenindo surgimento de doennças cardiovasculares e o envelhecimento precoce, sendo um grande aliado na prevenção do câncer de próstata e de mama. No entanto, pouco se conhece sobre as atividades executadas pelos extrativistas da floresta amazônica na coleta e comercialização da castanha, bem como a cultura e conhecimentos tradicionais que envolvem o sistema produtivo desta espécie. O objetivo deste estudo é de caracterizar as práticas produtivas do sistema extrativista da castanha-do-Brasil pelos produtores moradores da comunidade de São Sebastião do Igapó Açú, identificando e mapeando suas áreas produtivas. Essa comunidade está localizada dentro da Unidade de Conservação Reserva de Desenvolvimento Sustentável Igapó Açu (RDS Igapó Açu), localizada na rodovia BR 319, nos municípios de Borba, Manicoré e Beruri. Na pesquisa ocorre uma concentração de análise na produção extrativa da castanha-do-brasil e toda a dinâmica cotidiana que envolve o aproveitamento desse recurso pelos comunitários. Os proncipais produtos do Extrativismo florestal pela comunidade são a Castanha-do-Brasil, o açaí e o buriti, sendo a castanha o principal produto comercializado. Foram identificados 12 castanhais na RDS Igapó-Açú, onde o tempo de uso varia de 17 a 35 anos e o número de castanheiras varia de 20 a 180 árvores. O período de coleta vaira de dezembro a abril, e os processos que compõem as etapas de trabalho são a coleta, transporte, beneficiamento com casca e comercialização. O mercado local é o principal destino das amêndoas, sendo ao atravessador o principal comprador. Estas populações utilizam a castanha como fonte de alimentação e renda para a sobrevivência e conforto familiar, a degradação florestal pode provocar a perda de fonte de renda e cultura dessas comunidades.