Atendimento ao luto na infância: percepções e estratégias utilizadas pelo psicólogo

O diálogo sobre a morte entre adultos e crianças pode ser difícil e, algumas vezes, acontecer de forma embaraçosa. Diante disso, esta pesquisa investigou o entendimento dos psicoterapeutas infantis sobre o atendimento com crianças enlutadas através de revisão sistemática de literatura dos artigos publicados nos últimos 05 (cinco)anos, contidos no Portal de Periódicos CAPES, utilizando os descritores “child grief”, “death” e “psychology”. Resultaram da busca um total de 62 (sessenta e dois) artigos e, após a leitura e análise, foram selecionadas 20 (vinte) publicações. Dentre os principais achados, as percepções dos psicólogos acerca da ocultação da informação sobre a morte às crianças, acompanhada da dificuldade em comunicar tais notícias. Nas estratégias mais utilizadas no atendimento às crianças enlutadas permeiam àquelas de ordem psicossocial, como criação de grupos de apoio, orientativas a pais, professores e/ou cuidadores, intervenção com a díade pai sobrevivente e filho, e verbalização franca sobre os fatos. Por fim, o luto continua sendo tabu nas mais diversas sociedades e a comunicação às crianças segue como tema complexo e dificultoso, o que abre espaço para novas pesquisas e incitação de diálogos assertivos sobre a morte.