Pneumonia associada a ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva pediátrica de hospital de ensino da região norte

Objetivo: Dentre as complicações em ambiente hospitalar, a Pneumonia associada à Ventilação Mecânica (VM) representa uma das principais causas de infecção nosocomial em Unidades de Cuidados Intensivos. O presente estudo busca estimar a prevalência de PAV na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPa). Método: Trata-se de um estudo clínico-epidemiológico, do tipo caso-controle aninhado (nested case-control) retrospectivo realizado na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica da FSCMPa, anexo Almir Gabriel, no período de setembro de 2015 a maio de 2017. Os dados foram obtidos através de revisão de prontuário médico visando definir os pacientes com diagnóstico de PAV. Os critérios de inclusão no presente estudo, foram: (a) necessidade de ventilação mecânica por um período maior ou igual a 48 horas; (b) diagnóstico de PAV, através de critérios clínicos (febre superior a 38°C sem outra causa e secreção traqueal, com avaliação qualitativa do tipo purulenta, presença de novos infiltrados na radiografia de tórax) e microbiológicos (aspirado traqueal positivo: >= 105UFC/ml). Os dados foram registrados em planilhas do excel e foram analisados através da regressão de Poisson e da Razão de Prevalências. Resultados: Dos 400 pacientes selecionados, cerca de 66% eram procedentes da enfermaria. A maioria era do sexo masculino (54,4%). A faixa etária mais frequente para internação foi de crianças menores de 1 ano incompletos, perfazendo 149 crianças (37.1%). A infecção de vias aéreas associada a ventilação mecânica foi definida em 16% dos casos (65/400), sendo 4,8 % (19/400) definidos como TAV e 3% (12/400) como PAV. Houve um predomínio de bacilos Gram-negativos entre os agentes isolados nos casos de PAV. O diagnóstico de PAV foi observado em 9,7% dos pacientes que evoluíram a óbito na amostra estudada (p=0,602). Conclusão: os resultados deste estudo apontam a PAV como um fator de risco independente para a mortalidade na UTI, o que reforça a evidência de que estudos posteriores com pacientes pediátricos são necessários, possibilitando assim uma melhor condução terapêutica.