Implicações da vulnerabilidade natural à erosão para uso e ocupação dos solos no entorno da unidade de conservação floresta nacional do jamari 

O crescimento populacional nos impõe o desafio de suprir as demandas decorrentes dos aumentos dos níveis de consumo ao passo em que resguardamos os recursos naturais necessários à produção e reprodução social. Nesta perspectiva a compreensão das dinâmicas de processos erosivos é um fator de apoio à tomada de decisões voltadas ao ordenamento territorial. Este trabalho teve como objetivo compreender a dinâmica de vulnerabilidade natural à erosão no entorno de unidades de conservação da Amazônia, utilizando como estudo de caso a Floresta Nacional do Jamari. Técnicas de geoprocessamento, atividades de campo para coleta de solos, análises granulométricas e mineralógicas integradas foram sintetizadas e espacializadas em um mapa de vulnerabilidade natural à erosão validado em campo. Foram identificados solos que desfavorecem à formação de agregados coesos por serem ricos em grãos na fração areia e apresentarem mineralogia quartzosa, até 98%. Encostas com vertentes mais acentuadas mostram-se estáveis sob cobertura florestal. O desflorestamento altera o equilíbrio, tornando ambientes mais propensos à morfogênese, principalmente na porção leste da área. Há limitações significativas dos solos da área para uso agrícola em função do reduzido volume de material intemperizado disponível para o suporte físico dos cultivares e retenção de umidade. As alterações nos valores dos índices, cujo as principais causas estão relacionadas a atividades antrópicas evidenciam uma forte relação entre estas e o aumento da vulnerabilidade nas áreas estudadas.