Hospitalizações por sífilis congênita e sua relação com a atenção básica
International Journal of Development Research
Hospitalizações por sífilis congênita e sua relação com a atenção básica
Received 20th August, 2021 Received in revised form 10th September, 2021 Accepted 14th October, 2021 Published online 30th November, 2021
Copyright © 2021, João Pedro Pereira da Silva et al. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada preferencial da rede de saúde, denominada como Atenção Básica no Brasil é avaliada pela lista brasileira das condições sensíveis à atenção primária, composta por agravos à saúde cujo perfil de morbimortalidade é capaz de ser reduzido ou transformado por uma atenção primária resolutiva e eficiente, cuja a Sífilis congênita faz parte. A infecção pode gerar implicações graves para o concepto aumentando a frequência de hospitalizações gerando aumento da morbimortalidade e consequências psicológicas inerentes às internações. Na atualidade a SC é tida como um grande desafio para a saúde pública. Frente ao exposto, se busca analisar a tendência das internações por SC no Brasil, considerando o período de 2008 a 2019 e sua relação com a AB. Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico com características descritiva e analítica, sob uma perspectiva quantitativa no tocante às características sociodemográficas, desenvolvido com dados secundários, referentes às internações hospitalares por SC. As informações levantadas se constituem de dados secundários disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foi evidenciado um crescimento exponencial, linear e contínuo no número de internações por SC no Brasil nos últimos 12 anos, que teve um total de 112.777 internações, sendo 18199 apenas no ano de 2019, quase cinco vezes mais que o registrado em 2008. Foi levantado a hipótese de este aumento estar relacionado a falhas na AB, evidenciadas pelas limitações no cuidado da gestante, como início tardio do PN, tratamento inadequado e dificuldade de adesão ao tratamento da gestante e parceiros, falhas no diagnóstico e dificuldades no seguimento. Concluiu-se que o aumento considerável do número de internações por SC acarretou grandes danos as crianças acometidas e suas famílias, além de altos custos ao sistema de saúde, sobrecarregando-o. Portanto, é notável que a AB ainda carece de melhorias da cobertura tanto das ESF quanto da assistência de PN, e de mais efetividade, principalmente na atenção a grupos marginalizados do sistema de saúde.