Doença do edema em suínos domésticos (Sus Scrofa Domesticus) na sub-região do sertão, nordeste do brasil

Descrevem-se os aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos da doença do edema em suínos domésticos na sub-região do sertão, Nordeste do Brasil. De janeiro de 2003 a dezembro de 2020 o Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal de Campina Grande realizou 134 necropsias em suínos, das quais 24 (17,9%) foram diagnosticadas como doença do edema. Foram acometidos animais de ambos os sexos, mestiços, com idade variando de 45 a 240 dias. Os principais sinais clínicos incluiam ataxia, tremores de intenção e dificuldade de manter o equilíbrio, além do edema palpebral característico. Macroscopicamente, observou-se hidropericárdio, ascite, hidrotórax, edema em mesentério, mesocólon e parede estomacal. No exame histopatológico, as lesões localizavam-se no sistema nervoso, principalmente na região do tronco encefálico, caracterizadas por aumento do espaço perivascular de Virchow-Robin associado a edema; tumefação das células endoteliais, particularmente em arteríolas de pequeno calibre; e infiltrado inflamatório linfoplasmocitário perivascular. Conclui-se que a doença do edema ocorre com relativa frequência na sub-região do Sertão nordestino, especialmente em unidades de produção de subsistência. As fases de creche, crescimento e terminação são mais frequentemente acometidas, predominantemente sob a forma de surtos com alta taxa de letalidade.